sábado, 8 de janeiro de 2011

Vídeo: alta intensidade

Este vídeo apresenta brevemente as características e os benefícios do treinamento de alta intensidade:  

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Treinamento Intenso em Adolescentes



A Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP realizou estudo referente às respostas agudas dos níveis de lactato sanguíneo e creatinofosfoquinase em atletas adolescentes submetidos a treinamentos físicos competitivos. O impacto da intensidade dos exercícios sobre a saúde de adolescentes é ainda pouco investigado, apesar da recomendação ser contrária a exercícios vigorosos antes da maturação biológica muitos jovens tem buscado especialização esportiva e escolinhas de treinamento intensivo cada vez mais cedo. O estudo expõe que os riscos de microtraumas e posterior interrupção dos treinamentos têm aumentado substancialmente em jovens atletas submetidos a altas cargas de treinamento concomitante às transformações biológicas, características desse período da vida. Um dos indicadores do exercício físico de intensidade, o ácido lático, intermediário do metabolismo dos carboidratos e principal metabólito do glicogênio em anaerobiose, tem sido analisado e principalmente durante os anos de crescimento físico e maturação biológica o aumento de sua presença no sangue após exercício submáximo e máximo tem sido menor em crianças e adolescentes, do que em adultos.
Foi destacado diferenças acentuadas nas concentrações de lactato quando efetuam-se comparações entre crianças e adolescentes, em profunda fase de crescimento e desenvolvimento, com dados advindos de adultos, já completamente amadurecidos. Embora, as investigações sobre o impacto da treinabilidade, que contemplam os anos da infância e adolescência sejam em pequeno número, sabe-se que em exercícios realizados em uma mesma intensidade, encontram-se concentrações menores de lactato sanguíneo em crianças, do que as obtidas em adultos. Os dados obtidos em tal estudo apontam as concentrações de lactato após-exercício dependentes da idade óssea, ou seja, maturação biológica-dependente, estudos demonstraram que, a idade exerce um forte impacto sobre a capacidade enzimática do músculo esquelético, particularmente durante o período de maturação biológica que envolve a transformação do corpo infantil em corpo adulto. Vários mecanismos fisiológicos têm sido postulados na perspectiva de explicar as diferenças entre crianças, adolescentes e adultos e, provavelmente, os fatores envolvidos atuam de forma associada. Destaca-se reduzida ação glicolítica expressa pela menor quantidade de fosfofrutoquinase e lactato desidrogenase como também pela elevada concentração de enzimas oxidativas, como a succinato desidrogenase, sugerindo que crianças e adolescentes são mais eficientes em obter energia através das vias oxidativas. Outro estudo suportou a hipótese de que crianças (9,8 ± 0,1 anos) utilizam proporcionalmente mais gordura do que carboidratos quando comparados com adultos (22,1 ± 0,5 anos) executando exercício prolongado, em mesma intensidade relativa. Associado a esses fatores, pesquisadores indicam que os mais elevados estoques de lipídeos em crianças e adolescentes podem contribuir para minimizar a utilização de glicogênio durante o exercício físico. Outros pesquisadores citam ainda as diferenças maturacionais na distribuição de fibras, com crianças apresentando maior composição de fibras tipo I. A associação dos fatores supracitados contribuem significativamente para explicar a considerável habilidade de crianças em resistir à fadiga, em protocolos intervalados de alta intensidade e curta duração, quando comparados com adultos.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Efeitos do Treinamento Intensivo em Mulheres


A palavra atleta é comumente associada à saúde e a uma qualidade de vida acima do normal, por vezes, vistas como inatingíveis aos “mortais”. No entanto, a realidade é outra para a maior parte dos adeptos da prática esportiva, os quais sofrem de diversos problemas musculares, articulares, alimentares e até mesmo, psicológicos, oriundos de grandes cargas de treinamento e da cobrança de resultados ao decorrer das temporadas.

Nesse cenário esportivo, a participação feminina em competições cresceu cerca de 600% nos últimos 20 anos, deixando mais evidente um problema inerente a mulheres fisicamente ativas: a Tríade da Mulher Atleta. O nome tríade relaciona-se aos três distúrbios característicos desse grupo em questão: alimentação desordenada, osteoporose e amenorréia.

Exercícios muito fortes, principalmente corridas de longa distância, são os principais responsáveis pela Tríade, atingindo cerca de 50% das que a praticam. Outras atividades também estimulam seu desenvolvimento como o balé profissional, com cerca de 30 a 50% de suas praticantes afetadas; corridas não competitivas, com 25%; natação e ciclismo, com 12%.

A presença do distúrbio da alimentação desordenada é um fator que torna o aparecimento dos outros dois bastante propício. A pequena ingestão de alguns nutrientes, para atingir o peso ou aspecto ideal exigido pelo esporte, ou o exagero alimentar seguido de vômito, pode acarretar alterações hormonais que favorecem à amenorréia e a má absorção de cálcio, elementos que contribuem para o desenvolvimento da osteoporose.

Além de mudanças hormonais, a amenorréia está ligada ao baixo peso corporal, uma vez que se acredita ser necessário cerca de 22% de gordura no corpo para a regularização do ciclo menstrual, uma necessidade do organismo para atingir as três fases do ciclo, fase folicular, ovulação e fase lútea. Um dos maiores problemas da amenorreia, além da necessidade de tratamento nas mulheres que desejam engravidar, é a perda prematura de densidade óssea, osteoporose, podendo leva-las a fraturas até mesmo por stress físico.

Levando em conta todos os riscos decorrentes da Tríade da Mulher Atleta e todas as consequências dela decorrentes, os médicos recomendam uma diminuição na intensidade do treinamento, entre 10 e 20%. Tal fato não é muito aceito entre as atletas pela exigência de um desempenho extraordinário em campeonatos de alto nível. Recomenda-se ainda que praticantes de atividade física aliem-se a dietas que supram todas as suas necessidades calóricas, se necessário complementadas por suplementos alimentares. A busca pela saúde e a tão sonhada qualidade de vida, se desmedida, pode acabar por gerar efeitos contrários aos desejados.

Saiba mais:
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302001000400006

domingo, 14 de novembro de 2010

Efeito da Intensidade do Exercício no Sistema Cardiovascular


A Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo divulgou 10 anos de suas pesquisas em artigo intitulado “Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular”, publicado na Revista Paulista de Educação Física (vol.18, p.21-31, agosto de 2004) e disponível no sítio eletrônico: http://apicehealth.com/arquivos/009.pdf

O objetivo foi divulgar suas investigações sobre o efeito do exercício físico no sistema cardiovascular de indivíduos controle, hipertensos, portadores de insuficiência cardíaca e obesos.

Os autores afirmaram que os efeitos cardiovasculares dependem do tipo, intensidade, duração e massa muscular envolvida no exercício físico praticado. Compararam exercícios isométricos, estáticos e resistidos e; de alta e baixa intensidade.

Em indivíduos normotensos, os pesquisadores encontraram que o exercício de baixa intensidade (única sessão de 45 minutos em cicloergômetro) reduziu a pressão arterial sistólica e diastólica. Essa redução perdurou nas 24 horas após o exercício.

Essa redução pressórica foi encontrada em outras pesquisas da universidade com indivíduos hipertensos, tanto jovens quanto idosos. Já com indivíduos normotensos e idosos, essa mesma metodologia não promoveu efeitos na pressão arterial pós-exercício.

Com base nos resultados de pesquisas anteriores, os autores apresentaram que o exercício de baixa e de moderada intensidades é eficiente aos indivíduos com complicações cardíacas, pois gera melhorias na sua capacidade física (melhora da função contrátil cardíaca, do fluxo sanguíneo muscular e da função neurovascular) e na qualidade de vida. Observa-se nas metodologias propostas uma maior ênfase nas pesquisas com intensidade baixa e moderada, possivelmente devido ao receio em propor intensidades altas a indivíduos cardiopatas.  

Outro artigo que será discutido posteriormente neste blog (Wisloff et al., 2007), apresentou que o exercício físico de alta intensidade é mais eficiente que o de intensidade moderada na redução dos sintomas de insuficiência cardíaca crônica, em indivíduos idosos.

A conclusão que podemos tirar desses artigos é que o exercício, independente da intensidade, gera benefícios incontestáveis aos diversos grupos. No entanto, dependendo do objetivo que se quer atingir, a intensidade é um dos critérios que deve ter peso na proposição de um exercício físico.

Aos profissionais da área, cabe estar sempre atento às publicações, a fim de desenvolver programas de treinamento específicos às necessidades do aluno (seja saudável, hipertenso, diabético, obeso).
               

Reabilitação Cardíaca e Qualidade de Vida

A capacidade funcional do coração e a qualidade de vida de um indivíduo estão diretamente relacionadas às práticas regulares de exercícios físicos.

Artigo vinculado à Universidade do Estado de Santa Catarina, em parceria com a clínica Cardiosport SC, trouxe essa discussão para a prática. Formaram-se aleatoriamente três grupos, com indivíduos que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio em condições específicas. Os grupos foram submetidos a diferentes intensidades de exercício (intensidade moderada, alta intensidade e controle) e foram comparados os resultados obtidos. Ao final do artigo, a conclusão de que os exercícios físicos de alta intensidade (>= 85% FCM) são superiores aos de intensidade moderada no que diz respeito à capacidade funcional do coração (reabilitação cardíaca).

No caso da qualidade de vida, motivo pelo qual resolvemos citar o presente artigo, a conclusão é contrária. Em pequena porcentagem os exercícios de intensidade moderada são superiores aos de alta intensidade. Quando comparados ao grupo controle, ambos são unânimes em apresentar vantagens nesta variável.
O exercício físico, sendo intenso ou não, é fundamental para a percepção da qualidade de vida de um indivíduo. Como sua funcionalidade cardíaca é vantajosa em exercícios de alta intensidade podemos sugerir que a individualidade é uma variável que não pode ser esquecida pelos fisiologistas nestes programas de treinamento.

Acesse o artigo e comente o texto:

domingo, 7 de novembro de 2010

Palestra sobre Ganho de Performance por Atletas de Elite, por meio do Treinamento de Alta Intensidade

Em setembro de 2009, ocorreu a International Consensus Conference, organizada pelo Department of Exercise and Sports Sciences, da University of Copenhagen, que reuniu pesquisadores reconhecidos internacionalmente e representantes do esporte, com a finalidade de discutir os últimos conhecimentos sobre ganho de performance por atletas de elite, por meio de aumento da intensidade do treinamento.

O vídeo selecionado, intitulado “Training for intense exercise performance: high-intensity or high-volume training” foi apresentado pelo pesquisador Paul Laursen, da Academy of Sport North Island, Nova Zelândia. Trata dos ganhos em performance de atletas de diversas modalidades esportivas (corrida, ciclismo, futebol, natação), a partir da adição do treinamento de alta intensidade em sua rotina.

O autor utiliza-se de diversos artigos científicos atuais para mostrar as bases conceituais (celular, fisiológica) e metodológicas para a prática do treinamento de alta intensidade, a fim de se alcançar ganhos em performance. Apresenta casos de medalhistas olímpicos que se utilizaram desse tipo de treinamento. Dessa forma, ele mostra que um programa de treinamento que utilize pequenos treinos de alta intensa entre os treinos de baixa intensidade é efetivo no aumento da performance dos atletas de diversas modalidades.

Segue o link para assistir o vídeo:
http://www.ifi.ku.dk/english/communication/previous_arrangements/consensus/program_video/paul_laursen/