A Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo divulgou 10 anos de suas pesquisas em artigo intitulado “Adaptações agudas e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular”, publicado na Revista Paulista de Educação Física (vol.18, p.21-31, agosto de 2004) e disponível no sítio eletrônico: http://apicehealth.com/arquivos/009.pdf
O objetivo foi divulgar suas investigações sobre o efeito do exercício físico no sistema cardiovascular de indivíduos controle, hipertensos, portadores de insuficiência cardíaca e obesos.
Os autores afirmaram que os efeitos cardiovasculares dependem do tipo, intensidade, duração e massa muscular envolvida no exercício físico praticado. Compararam exercícios isométricos, estáticos e resistidos e; de alta e baixa intensidade.
Em indivíduos normotensos, os pesquisadores encontraram que o exercício de baixa intensidade (única sessão de 45 minutos em cicloergômetro) reduziu a pressão arterial sistólica e diastólica. Essa redução perdurou nas 24 horas após o exercício.
Essa redução pressórica foi encontrada em outras pesquisas da universidade com indivíduos hipertensos, tanto jovens quanto idosos. Já com indivíduos normotensos e idosos, essa mesma metodologia não promoveu efeitos na pressão arterial pós-exercício.
Com base nos resultados de pesquisas anteriores, os autores apresentaram que o exercício de baixa e de moderada intensidades é eficiente aos indivíduos com complicações cardíacas, pois gera melhorias na sua capacidade física (melhora da função contrátil cardíaca, do fluxo sanguíneo muscular e da função neurovascular) e na qualidade de vida. Observa-se nas metodologias propostas uma maior ênfase nas pesquisas com intensidade baixa e moderada, possivelmente devido ao receio em propor intensidades altas a indivíduos cardiopatas.
Outro artigo que será discutido posteriormente neste blog (Wisloff et al., 2007), apresentou que o exercício físico de alta intensidade é mais eficiente que o de intensidade moderada na redução dos sintomas de insuficiência cardíaca crônica, em indivíduos idosos.
A conclusão que podemos tirar desses artigos é que o exercício, independente da intensidade, gera benefícios incontestáveis aos diversos grupos. No entanto, dependendo do objetivo que se quer atingir, a intensidade é um dos critérios que deve ter peso na proposição de um exercício físico.
Aos profissionais da área, cabe estar sempre atento às publicações, a fim de desenvolver programas de treinamento específicos às necessidades do aluno (seja saudável, hipertenso, diabético, obeso).
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